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quinta-feira, 19 de junho de 2014

OPINIÃO: A banalização das Medalhas do Município de Alpiarça

Por: L.D.I.
Todos conhecemos o Marques Pais, para uns, ou o José João Pais para outros, foi ele enquanto vice-presidente da câmara de Alpiarça (embora nunca nomeado para o cargo, como dita a Lei, pelo seu camarada e “amigo” Rosa do Céu) que teve a ideia e a pôs em prática de criar um Regulamento da Medalha Municipal de Alpiarça, por sinal publicado no site do município de Alpiarça, em http://www.cm-alpiarca.pt/images/stories/regulamentos/RegMedalhaMunicipalAlpiarca.pdf

E também publicado na 2.ª série do Diário da República, n.º 100 de 29-04-1999.



Diz o preâmbulo do dito Regulamento:



Afigurando-se pertinente e justo distinguir e consagrar as realidades factuais que exaltam o bom nome da nossa terra, pensamos ser um acto de justiça prestigiar as personalidades, instituições ou organizações, nacionais ou estrangeiras, que de algum modo prestem serviços ao município ou que pelo seu prestígio ou cargo, o honrem, não esquecendo os funcionários e agentes ao seu serviço que consentâneos com o seu mérito, sejam dignos de ser apontados como exemplos de dedicação.

Depois o artigo 1.º clarifica ainda mais quando diz: A concessão da medalha municipal, nas suas diferentes modalidades, destina-se a galardoar serviços notáveis ou relevantes prestados ao município de Alpiarça, por pessoas singulares ou colectivas, nacionais e estrangeiras, e ainda distinguir qualidades profissionais e de cumprimento do dever reveladas, no serviço, por funcionários da sua Câmara, podendo ainda ser concedida como homenagem póstuma.

Depois o artigo 2.º diz que tipo de medalhas há para atribuir: de Honra; Valor e mérito; Dedicação; Mérito Desportivo e Liberdade.

Hora li algures no JA que o vereador Cunha teria visto recusada a sua proposta de atribuição de uma Medalha de Mérito Desportivo Grau Ouro ao seu antigo amigo Mário Lázaro.
Para espanto meu leio agora que afinal essa medalha foi atribuída por unanimidade, apesar do Regulamento apontar, no caso concreto do distinguido, para o Grau Cobre, visto tratar-se de um técnico de futebol de âmbito regional, quando o Grau Ouro se destina a técnicos, atletas ou dirigentes no escalão maior do desporto nacional ou internacional
Mas pior que isso é que após ter visto o vídeo da última reunião de câmara, o próprio Vereador Francisco Cunha, o proponente, reconhece que de acordo com o Regulamento o Grau a atribuir a Mário Lázaro seria Cobre, mas por outro lado condicionando a decisão dos seus pares, alegando que também tinham sido atribuídas anteriormente Medalhas de Mérito Desportivo a atletas que embora atingindo elevadas classificações a nível nacional e até internacional, seriam desmerecedores de tal distinção, referindo mesmo o nome desses atletas.
E pergunto eu: se o Francisco Cunha queria fazer uma lavagem à sua pesada consciência, em relação a Mário Lázaro com quem estava de relações cortadas, à data do seu suicídio, porque não propôs uma medalha que dignificasse a carreira do Treinador de Futebol, propondo outro tipo de medalha e que não ferisse o Regulamento nem criasse precedentes ou a banalização de atribuição de Medalhas Municipais? Nomeadamente a Medalha de Honra, ou a Medalha de Valor e Mérito?
E agora pergunto eu, se um destes dias tivermos um treinador ou atleta de qualquer modalidade desportiva que atinja bons resultados numa modalidade desportiva a nível nacional ou até internacional (como já aconteceu e poderá vir a acontecer com o Triatlo e a Ginástica) como fazemos?

Fácil: emenda-se o Regulamento e criam-se medalhas de Platina, Esmeralda e Diamante e assim passamos a contentar todos.

Regulamentos para quê? Ou a banalização das medalhas do município de Alpiarça


Lamentável também é que a nossa blogosfera não tenha tido o cuidado de ao menos não referir o nome do técnico da câmara (*) que analisou a proposta do vereador à luz do Regulamento (ainda mais quando o mesmo tem um filho atleta várias vezes medalhado a ouro e não só pela câmara de Alpiarça), é que não vejo por estes lados nomes de outros funcionários públicos, coisa que infelizmente não acontece com funcionários da autarquia alpiarcense, que agora parecem servir de alvo para tiro aos pratos!


Em jeito de conclusão, aconselho o Executivo Alpiarcense a ter mais cuidado nestas coisas e não vá nas cantigas de um qualquer vereador, porque senão poderemos sempre lançar a questão: Regulamentos para quê? 



(*) Caro colaborador: JA fez referência à técnica da Câmara em local próprio. Basta ler a noticia referente.


4 comentários:

Anónimo disse...

Só que pelo respeito (justificado) que exige para alguns, deveria ter o mesmo para com Mário Lázaro, a sua memória e a sua família. O Mário foi mais que "um treinador de futebol".
Foi pedagogo, confidente, seccionista, motorista e muito mais além de treinador de futebol regional.
O chamado "carregador de piano" desta modalidade tão ou mais nobre que o triatlo ou a ginástica.
Basta que a frase "sejam dignos de ser apontados como exemplos de dedicação"seja justamente aplicada à actividade e desempenho de Mário Lázaro para nem sequer haver qualquer outra argumentação sobre o grau da medalha a atribuir.
Deixem-se de mexer com invejas, tricazinhas pessoais e respeitem o que já foi decidido por unanimidade.

L.D.I. disse...

Meu caro anónimo,das 11:34,

O articulista não escreveu em lado algum que o falecido Mário Lázaro não foi uma personalidade merecedora de uma Medalha Municipal, quanto mais não seja pelo facto que alega de ele ser digno de ser apontado como exemplo de dedicação.

Porém há um Regulamento Municipal que estabelece graus para as medalhas e o que articulista escreveu é que ao Mário Lázaro poderia perfeitamente ser atribuída uma MEDALHA DE OURO, bastava haver o cuidado de escolher qual o tipo de medalha, que no seu entender seria a de Valor e Mérito e teria-se respeitado o Regulamento, aliás se viu o vídeo, deve ter reparado que o senhor presidente da Câmara queria sugerir isso mesmo ao senhor vereador proponente, mas temeu que fosse criado mais um caso político, assim não criaram um caso político, mas sim um caso administrativo e institucional de desrespeito por regulamentos camarários.

Não se trata de invejas ou tricas, da parte do articulista que fez uma leitura analítica e desapaixonada do Regulamento da Medalha Municipal.

Tricas, invejas e mexericos, se as houver, estão muito bem a ser urdidas cínica e hipocritamente por quem não respeita regulamentos, não respeita regimentos, não respeita quem dirige as reuniões, nem respeita as mais elementares regras da Democracia, que é o respeito pelas Instituições Democráticas, ainda mais quando é edil de uma dessas instituições.

E mais, o apelido de "Papagaios de Charneca" foi precisamente usado muitas vezes na página oficial da candidatura deste senhor vereador, que agora desempenha na perfeição esse papel, basta atentarmos ao vídeos que de 15 em 15 dias vão sendo publicados no youtube, sobre o autêntico "circo" em que se transformaram as reuniões de Câmara.

Pena tem o articulista de não serem igualmente publicados os vídeos das nossas assembleias gerais municipais, para vermos as intervenções sublimadas de papagaios e papagaias (de charneca).

Anónimo disse...

"sejam dignos de ser apontados como exemplos de dedicação"

Meu caro, a frase acima faz parte do regulamento para a atribuição da Medalha de OURO e não de outro texto qualquer.
Nesta alínea cabem vedetas como o Cristiano Ronaldo como o Mário Lázaro ou qualquer outra pessoa que se tenha notabilizado na área do desporto.
Tudo uma questão de interpretação do regulamento à luz do bom senso.
Assim sendo não se vê em nenhum lado qualquer pressuposto para que a medalha atribuída possa ser posta em causa por qualquer outra interpretação.
O anterior comentário foi amputado de uma parte significativa do texto que sem ofender ninguém, ou colocar em causa qualquer pessoa retira parte da substância que o comentário queria transmitir.
Essa chamada de atenção apenas alertava para a motivação do seu comentário.
Daí ter surgido no texto a "inveja".
Das duas uma: ou analisamos todos os medalhados à luz do regulamento, nomeadamente no que concerne ao grau que cabe aos 2ºs e 3ºs lugares ou analisamos TODOS os alpiarcenses com mérito à luz do bom senso.
Se assim não for há que aplicar o regulamento "ipsis verbis"!
Uma medalha de prata ou bronze numa modalidade marginal vale mais ou menos do que uma vida inteiramente dedicada ao desporto local? Eu não sei...
Cabe a cada um usar o mesmo bom senso que levou todo o executivo camarário a votar por unanimidade.
Ao que parece prevaleceu a razão e a cordialidade sobre a luta política.
AInda bem que foi assim.

L.D.I. disse...

Meu caro anónio das 16:38

Eu sei que a frase que usou foi retirada do próprio Regulamento da Medalha Municipal, o seu escrito é bastante claro.

Concordo plenamente consigo quando se interroga se uma vida inteiramente dedicada ao desporto regional não valerá mais do que o uma medalha de prata ou bronze conquistada por um qualquer atleta ou técnico que teve uma boa classificação numa carreira efémera ou perfeitamente pontual. Tantas vezes isso acontece.

Apenas ponho em causa se valerá a pena ultrapassar regulamentos e criar precedentes quando se poderia muito bem atribuir uma Medalha de Ouro Municipal de outra natureza que premiasse o homem que foi o Mário Lázaro que, quanto a mim vai muito para além do Mérito Desportivo, você próprio reconhece que ele mais do que apenas treinador e quem privou ou foi treinado por ele, sabe-o perfeitamente.

Daí que eu mantenha a minha opinião que a Medalha de Honra, que é apenas de Grau Ouro, ou a Medalha de Valor e Mérito, Grau Ouro, são Medalhas muito mais abrangentes e que dignificavam provavelmente ainda mais o dignatário.

Para mim nunca esteve em causa o merecimento da distinção com uma Medalha Municipal de Ouro por parte do agora distinguido, para mim está mais em causa o comportamento do proponente que "chora lágrimas de crocodilo" por uma pessoa que não queria há muito a sua amizade, propondo esta distinção e não havia necessidade de ultrapassar regulamentos. Se estes não valem nada, então que não se perca tempo a fazê-los, a aprová-los, a publicá-los e a aplicá-los.

Façamos tudo à vontade de quem há meses (mesmo antes da eleição) mostrou e tem vindo a provar que para ele não há regras!

O que lamento ainda mais e me interrogo é como é que alpiarcenses dignos e com 2 dedos de test ainda seguem este tipo de lixo político que pousou em Alpiarça!

Mas também lhe digo, meu caro anónimo, e para finalizar: com a palhaçada que se passa no PS a nível nacional já nada me espanta do que se passa nas nossas instituições políticas locais.