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terça-feira, 24 de junho de 2014

PARTIDO SOCIALISTA: A blindagem

Precisamente por não ter força política, Seguro necessitou de blindar os estatutos do PS


Há dois anos, quando António José Seguro fez aprovar estes estatutos no PS, Marcelo Rebelo de Sousa acusou-o de estar a realizar uma "golpaça", de que um líder forte nunca necessitaria. Descontando a criatividade linguística, é manifesto que esta previsão se realizou integralmente. Precisamente por não ter força política, Seguro necessitou de blindar os estatutos do PS. Há que reconhecer que o fez com enorme eficácia, uma vez que o avanço de Costa, que politicamente se adivinharia imparável, afinal tropeça sistematicamente em inúmeros obstáculos processuais. Costa está agora limitado a discutir umas "primárias" marcadas por Seguro, cujo universo eleitoral é desconhecido, mas que Seguro garante que poderão levar à sua demissão. Temos assim que o líder de um partido escolhido pelos militantes não pode ser por estes destituído, mas pode sê-lo por meros simpatizantes. 

Entretanto o PS ficou a ferro e fogo, e durante muitos meses não vai fazer qualquer oposição ao governo.

Este caso deveria servir de exemplo para se proibir qualquer blindagem dos estatutos dos partidos. Um partido político não é uma sociedade cotada, cuja administração se possa proteger estatutariamente através de cláusulas anti-OPA. Um partido político visa o governo do país. Se alguém considera que pode permanecer como líder apenas com base em razões formais, não tem as mínimas condições de aspirar a ser governo. E assim só destrói o partido que lidera.
«i»

2 comentários:

Virgílio Fernando Abrantes disse...


Socialistas "Fomos nós, com Sócrates, que preparámos terreno para cortes"
Um grupo de militantes do PS respondeu ao apelo dos notáveis, garantindo que foi o seu partido, nos anos de governação de José Sócrates, que “conduziu Portugal ao desastre” e assumindo que deixar voltar os mesmos ao poder seria cometer um “crime contra a Nação”, indica o jornal i.
POLÍTICA

DR
07:33 - 25 de Junho de 2014 | Por Notícias Ao Minuto
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Os históricos 'rosas' António Almeida Santos, Jorge Sampaio, Manuel Alegre e José Vera Jardim fizeram, na semana passada, um apelo para que a situação que se vive no PS seja “clarificada”, pedindo aos socialistas que “não se enganem no adversário”.

Em resposta à declaração dos notáveis, um grupo de militantes do partido escreveu um texto em que culpa os anos de governação de José Sócrates por terem preparado “o terreno para os cortes salariais, para as privatizações feitas sem critério e para o descrédito das instituições”.
“Fomos nós, socialistas, que o fizemos e quanto mais rapidamente o compreendermos melhor será para o PS e para Portugal”, afirmam Henrique Neto, Ventura Leite, Rómulo Machado e António Gomes Marques, no documento a que o jornal i teve acesso.
No mesmo texto, os militantes dizem ainda que é imperioso impedir que “os mesmos que conduziram Portugal para o desastre” voltem ao poder, sob pena de se cometer um “crime contra a Nação e um ultraje aos princípios e valores do Partido Socialista”.
Tirado da Internet do jornal o Ultimo Minuto
Virgilio Fernando Abrantes

Anónimo disse...

Concordo plenamente com este opinião.
De facto é uma "golpaça", de que um líder forte nunca necessitaria. E é por não ter força política, que Seguro necessitou de blindar os estatutos do PS. Aprendam com este caso, para se proibir qualquer blindagem dos estatutos dos partidos. Um partido político não se possa proteger estatutariamente através de cláusulas anti-OPA. Se alguém considera que pode permanecer como líder nas actuais condições, não pode aspirar a ser 1º ministro.
Cada dia que passa se vê a fraqueza cada vez maior de Seguro. É bom para os portugueses? Não. É péssimo, porque entretanto o Passos vai fazendo das dele...