Por: X. Frade |
Todos conhecemos a “camarilha política” que tem a missão de vir aqui achincalhar cidadãos que merecem todo o respeito. Porque também eles respeitam o seu semelhante. Têm um ponto de vista diferente mas, é na diferença que assenta mais ou menos o nosso equilíbrio de valores. Os valores que nos vão guiando ao longo da vida. Que nos permitem discutir, opinar, defender ideias e tomar posições.
Muito francamente gostaria de ver a devida elevação nos artigos e comentários que por aqui vão sendo colocados. Mas, pelos vistos, este é o resultado natural daquilo que somos capazes de dizer e fazer. Quanto à vontade de rir de muitos e ao parodiar reuniões que devem ser levadas a sério, se houvesse mais sensibilidade e honestidade intelectual para dizer e assumir o que está escondido e que propositadamente se tenta silenciar, garanto-vos que não haveria vontade de rir mas de chorar. Entretanto, vamos assistindo a espectáculos encenados que convém passar para o exterior. Em que os actores têm papéis hollywoodescos mas onde não entram polichinelos. Em que não figuram os mais fracos. Os desprotegidos. Os pobres. Os desprezados. Aqueles que não têm voz. Que não são vistos em Reuniões de Câmara; em Assembleias Municipais; em Sessões de Esclarecimento de águas e quejandos… porque a vida já lhes dá que entender. É fácil dizer: “Nós não temos nada a ver com isso! Nem sequer somos a Segurança Social. Muito já estamos nós a fazer! Isso é um problema da responsabilidade do governo central e das suas políticas.”
Somos uns senhores conscientemente farsantes, incoerentes, hipócritas e, sobretudo, uns estupores narcisistas que só vemos o nosso umbigo e quem nos bate nas costas.
Daqui a menos de quatro anos, lá estaremos com umas camisolas, uns beijinhos e uns apertos de mão porque os votos, esses são todos iguais. Valem todos a mesma coisa. Só os votantes é que não!
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7 comentários:
Um texto que faz todo o sentido nos momentos conturbados em que vivemos, em que os valores se confundem e que um comentarista dizia: "...até parece que está tudo doido!"
Um motivo de reflexão para todos. Mesmo para aqueles que julgam ter a tal "Superioridade Moral" defendida e justificada por Álvaro Cunhal em 1974, dado à estampa por Edições "Avante".
Não podemos em teoria defender uma coisa e na prática fazer outra.
Não podia deixar de ser...A culpa é sempre dos comunistas.Por nunca estarem no governo.O que a oposição do poder local pratica desde sempre, até disso acusam os comunistas.
Estes recados, embora muitos deles subentendidos, vão na direcção certa. Quem os viu no passado e quem os vê hoje.
Realmente muito se fala e pouco se acerta. Hoje, até os valores que sempre se defenderam em partidos considerados sérios e ao lado dos mais pobres entram em contradição nas suas práticas.
Parece mesmo que está tudo doido! Ou então é o malvado dinheiro que modifica as pessoas, como diz o meu vizinho Teodoro.
Gostava de ver este país sem os comunistas. É o que a maioria deseja, então façam - lhes a vontade parar por completo toda a actividade e deixar estes exploradores a explorarem durante cinco anos é o que esta maioria de IGNORANTES merecem. Que os comunistas saiam de todas as associações onde estão e emigrarem os activos e os reformados no verão jogarem à PETANQUE e outros as cartas pelos locais públicos e depois veríamos como eles se enchiam mais depressa os bolsos
Ó 17:45, há quem diga que os comunistas fazem cá tanta falta como a fome. O forte deles é fazer graves. Nunca conseguem resolver nada com as greves. Antes pelo contrário,conseguem apenas que se produza menos e aumente a miséria. Estão contra tudo que é privado! Para eles o que é público é que é bom. Mesmo que estas empresas públicas tenham comportamentos que não lembram ao diabo. Mesmo que apresentem saldo negativo ao longo da sua existência. Mesmo que apresentem prejuízos em cima de prejuízos sejam quais forem os gestores. Porque será?
Ó 17;45 discordo do vosso desafio porque constacto que hoje podem-se contar pelos dedos os verdadeiros comunistas Marxistas Leninistas em Alpiarça.
Depois de ter lido a excelente promoção e reconhecimento como variedade inscrita no Catálogo de Variedades do melão de origem alpiarcense "Manuel António" que nos deve orgulhar, desci um pouco e dei com este artigo que fala de algumas verdades que infelizmente ainda proliferam na nossa sociedade. Lembrei-me então, não sei se terá alguma relação, de um comentário que tinha visto há uns dias e que fui procurar para transcrever aqui. Parece-me que as setas, não todas, pois o texto parece visar um leque mais vasto de denúncia social, vão no sentido do comentário seguinte:
"Estive a visionar a última reunião de câmara e depois de tanto tempo gasto de novo em explanações a propósito das águas, não vi ninguém que dissesse uma palavra sequer sobre este caso das Tarifas Sociais que foram igualmente colocadas em causa. O presidente falou, deu voltas e mais voltas e vejam lá se ele teve a coragem de falar na tal função social da empresa que ele defende com unhas e dentes. O presidente sabe muito bem que meteu os pés pelas mãos na questão das águas de borla e, descontos de 50% para as famílias mais necessitadas do concelho. Porque não desfez o equívoco nesta reunião de câmara, dizendo que afinal se tinha enganado na questão das tarifas sociais, que as coisas não são como pensava, ao invés de andar a repetir aquilo que todos já sabem de cor e salteado! Será que admitir a ignorância é uma coisa assim tão grave?"
Isto, sou eu a pensar. Se não for assim, peço desculpa ao autor do post e ao comentarista.
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