Alguns bancos portugueses estão a distribuir
cartões que são um misto entre cartão de débito e crédito para arrecadar
comissões superiores. Em determinados casos, como a CGD, a alteração
foi feita sem a substituição física dos cartões. Agora, o banco de
Portugal pede que se altere o procedimento, avança o Jornal Público.
Esta nova modalidade de cartão permite aos bancos receber comissões
mais elevadas sempre que o utilizador paga uma compra ou serviço. A
Caixa Geral de Depósitos (CGD) fez a alteração sem substituir os
cartões fisicamente , o que não foi aprovado pelo Banco de Portugal.
Nestes cartões de débito diferido, quando se faz uma compra, o valor
desta é imediatamente deduzido do saldo à ordem, mas não no saldo
contabilístico. Só aos fim de três (CGD e BES) ou cinco dias (Santander)
é que o valor dos saldos aparece igual.
O funcionamento de cartões que têm linhas de crédito associadas é bem
mais complexo. Quando se faz uma compra, o valor, desde que dentro do
plafond contratado, não é retirado imediatamente ou cativo no saldo da
conta à ordem. Isto só acontece na data fixada entre o cliente e o
banco, tal como acontece atualmente com os cartões de crédito. Caso não
haja dinheiro disponível na conta nessa data, isso implicará juros altos
para o cliente e comissões igualmente elevadas para os bancos.
Uma vez esgotado o plafond de crédito, o valor das compras é debitado na conta à ordem imediatamente.
Os cartões de débito diferido implicam uma alteração significativa na
gestão das contas à ordem, o que tem originado muitas queixas,
nomeadamente na CGD, noticia o diário.
No caso da CGD, o Banco de Portugal recomendou a substituição dos
cartões dos utilizadores que não aceitem esta modalidade. Já os que
aceitarem têm de ter obrigatóriamente uma linha de crédito associada, o
que implica assinar um novo contrato, e tem de lhes ser fornecida uma
ficha da informação normalizada do produto.
«Lusa»
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