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quinta-feira, 18 de agosto de 2011

A austeridade que é mais do mesmo

Ao ouvirmos as reacções dos partidos da oposição, das associações empresariais e de consumidores e dos sempre insatisfeitos sindicatos, concluímos que, perante o anúncio de novas medidas de austeridade - o aumento do IVA para a electricidade e o gás e o congelamento das carreiras dos militares e forças de segurança -, a percepção dos cidadãos é esta: o Estado, em vez de dar o exemplo, continua com os mesmos níveis de gordura, e os sacrifícios a ser exigidos aos contribuintes.
Antes de chegarem ao Governo, PSD e CDS anunciaram que sabiam exactamente onde cortar nas despesas "inúteis" do Estado de modo a pouparem mais de mil milhões de euros. Passados quase dois meses da tomada de posse, ninguém ainda percebeu onde e como vai o Governo cortar nas despesas dos ministérios e no emagrecimento do Estado. Afinal, a receita seguida é aquela que é mais fácil: obter ganhos do lado da receita por via do aumento de impostos, em vez de, repita-se, dar o exemplo e cortar no supérfluo.
Aliás, aquilo que ficou demonstrado, ao contrário do que os portugueses esperavam - até porque o Governo o fez saber quando pré-anunciou em vários órgãos de comunicação social "cortes brutais" -, foi que uma coisa é o que se promete quando se está na oposição, outra é aquilo que se faz quando se chega ao poder.
Pela edição  do DN, ficamos a saber que, voluntária ou involuntariamente, o ministro das Finanças adiou por tempo indeterminado os cortes na despesa. Se até aqui o País, melhor ou pior, tem demonstrado compreensão pela austeridade que lhe é pedida, é avisado perceber que a paciência não é infinita. E das duas uma, ou o Governo se apressa a dar sinais de que os sacrifícios são realmente para todos, ou que, ninguém tenha dúvidas, a contestação temida pelo núcleo político do Executivo vai mesmo sair à rua.
«DN»

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