Por: Lurdes Véstia |
A 2ª etapa marca o reinício do Cruzeiro após uma pausa de 3 semanas. É sexta-feira, dia 6 de Junho de 2014!
As preparações iniciam-se debaixo de um céu muito cinzento e nublado anunciando um dia complicado para os nossos mareantes. Hoje vamos ser brindados com a presença de patrocinadores e de duas equipas da SIC, uma que entrará a bordo em Rio de Moinhos e outra que estará à nossa espera em Constância.
Viemos cedo, eu e o meu companheiro da equipa de terra, o Zé Gaspar, para engalanar as bateiras… afinal, um ar de festa e de alegria fica sempre bem numa peregrinação religiosa.
As nuvens, que se vêm no céu, não nos tiram a boa disposição nem a motivação para esta nova caminhada. Todo o trabalho é em prol da prossecução dos nossos objetivos e é neles que estamos todos empenhados.
Depois de ter sido dada a largada, reunimos todo o material que era necessário levar connosco no carro de apoio e também nós largámos em direção a Rio de Moinhos. A passagem por Tramagal não envolvia nenhuma logística que exigisse a nossa presença e portanto fazia mais sentido ir preparar o terreno em Rio de Moinhos, onde nos esperava a equipa de exterior da SIC.
Na margem do rio já se encontravam muitas pessoas. Dirigi-me para lá, pois a minha missão principal era a de “vender” pagelas. Julgo que tenho alguma costela de varina pois apregoo bem o meu produto e facilmente o vendo…
Como não havia padre e a reportagem da SIC fazia-se presente, fiz questão de me informar se haveria alguém entre a multidão com ligação à vida litúrgica. Foi-me rapidamente assinalada a “sacristoa” da igreja, a Dona Rosa, a quem me dirigi para que juntas fizéssemos uma Oração de boas vindas e a leitura da Oração que está no verso da pagela.
A população entretanto tomou as rédeas da situação e, durante todo o tempo em que a Imagem esteve ali parada, entoaram cânticos de louvor a Maria.
Fizemo-nos de novo à estrada a caminho de Constância…
Aí chegados, logo vimos a equipa de terra da SIC com um “drone” para fazer filmagens do Cruzeiro a partir do ar. As novas tecnologias podem afinal ajudar bastante, quando são bem aplicadas… O vento fustigava tudo e todos e as nuvens escuras anunciavam chuva, muita chuva!
Montámos o pendão de Nª Srª e ainda as tarjas dos nossos patrocinadores.
Entretanto a chuva ia aparecendo de forma intermitente… A princípio tímida, como quem se quer fazer anunciar de uma forma quase despercebida, e depois cada vez mais forte. Tão forte, e de uma forma tão fustigante, que começámos a temer pela segurança dos peregrinos dentro das bateiras. Connosco estavam alguns habitantes da terra, entidades oficiais, professores e alunos da escola secundária de Constância que vieram receber o Cruzeiro e mostrar a sua dinâmica das Pomonas Camonianas, trajados à época. A espera começou… e a chuva forte sempre a cair!
Eu, o padre da paróquia, o presidente da Junta de Freguesia e o vereador da Câmara de Constância abrigámo-nos debaixo de um salgueiro mas a chuvada não deu tréguas. Estávamos encharcados até aos ossos…Junto a nós, os alunos da escola secundária tentavam a todo o custo resguardar os seus trajes da intempérie…
A chegada dos peregrinos fez-se debaixo de uma acalmia na chuvada. O padre da paróquia fez uma bonita Oração de boas-vindas debaixo de chuva miúda. As equipas da SIC juntaram-se a nós e recomeçaram as filmagens… o “drone” não trabalhou ainda, pois o vento continuava a não o permitir.
Depois desta dinâmica fomos então retemperar energias, com uma refeição ligeira, já com um solinho bom a espreitar pelo meio de nuvens cinzentas… a esperança de que se mantivesse lá no alto a brilhar para nós aqueceu as nossas almas.
Após o descanso, foi altura de voltar a entrar nas bateiras para nos fazermos ao caminho... Antes ainda houve tempo para entrar em direto no Telejornal da SIC.
A chuva impiedosa começou de novo a cair com muita força…
Apesar disso, foi tempo de nos fazermos à estrada e ir para a Chamusca preparar a chegada do Cruzeiro.
A chuva, sempre a chuva, a acompanhar-nos durante todo o trajeto e o nosso pensamento nos que estavam dentro das bateiras!…
Fizemos uma paragem em Almourol. Aí se organizara uma pequena receção ao Cruzeiro, oferecida pelo Restaurante Almourol. Mesmo debaixo da chuva que insistia em nos acompanhar, comemos um bolo e bebemos um golo de vinho, em jeito de celebração e de optimismo.
(Continua…)
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