Por: Eduardo Costa |
CARTA ABERTA AO ADMINISTRADOR DAS “ÁGUAS DO RIBATEJO”
AUMENTOS BRUTAIS DA
FACTURA DA ÁGUA A PARTIR DE 2014
Exº Sr. Francisco
Silvestre de Oliveira
- Dig.º Presidente
(rotativo) do Conselho de Administração das “ÁGUAS DO RIBATEJO” e
- Dig.º Presidente da
CÂMARA MUNICIPAL DE CORUCHE
Tendo sido publicado num jornal
ribatejano na passada 5ª Feira 12Dez2013, um conjunto de afirmações (no mínimo)
incorrectas, alegadamente da sua autoria, bem como no folheto (des)informativo
das “AR” distribuído com a factura de Dezembro, de que saliento:
- No total a água vai subir 4,5%;
- Este aumento visa garantir a
sustentabilidade e manutenção desta empresa intermunicipal;
- Este aumento é muito inferior aos preços praticados em Santarém,
Cartaxo e Azambuja; sendo até o tarifário das “AR” dos mais baratos a nível
nacional (dias antes era apenas regional);
- Nas tarifas sociais, existe uma isenção de 100% para utilizadores do
1º escalão e de 50% para o 2º, desde que não excedam o Ordenado mínimo
Nacional;
- O próximo aumento da água será só
em 2017.
Com todo o respeito pessoal e
institucional por V.Exª, solicito que, na sua qualidade de Presidente de Câmara
e cumulativamente de Presidente (rotativo) do Conselho de Administração das
“AR”, se digne responder OBJECTIVAMENTE
ás seguintes questões que, salvo melhor opinião, contrariam aquelas suas
afirmações:
1º É ou não verdade, que os aumentos da tarifa doméstica, serão já
em Jan/2014 as seguintes:
- Tarifa
Variável de Água: 4,6%;
- Tarifa Fixa
de Água: 6%;
- Tarifa Variável
de Saneamento: 6%;
- Tarifa Fixa
de Saneamento: 21%?
2º É ou não verdade, que a Taxa de Recursos Hídricos (TRH), cuja
imputação legal ao consumidor é das “AR”, na sua qualidade de entidade gestora;
apesar da TRH/Água se manter inalterável, a TRH/Saneamento sofrerá um aumento
de 75%, o que é ilegal pelo artº 17º do DL 97/2008,
que obriga a que essa actualização não exceda o “Índice de Preços ao
Consumidor” determinado pelo INE?
3º É ou não verdade, que sobre o seu argumento da alegada
sustentabilidade; as “AR” tiveram um lucro superior a 1.500 milhões de euros em
2012 (Fonte: Anuário Financeiro Municipal 2011/2012), e os investimentos que
efectua são esmagadoramente subsidiados pela EU?
4º É ou não verdade, que sobre o “não-argumento” das “AR” possuírem
taxas mais baixas, que Santarém, Cartaxo e Azambuja, também é verdadeiro o
“não-argumento” de que as taxas mais baixas a nível nacional se situam em “Terras do Bouro”, apesar da sua
especificidade geográfica obrigar a custos logísticos bem superiores? E que as
“AR” não se posicionam nos tarifários mais baratos a nível nacional?
5º É ou não verdade, que as tarifas sociais já não abrangem quem
aufira 1 cêntimo acima do Ordenado Mínimo Nacional e que apenas abrangem as
Tarifas Fixas, que apenas cobrem cerca de 22% do total da factura?
6º É ou não verdade, que no período de 2014-2017, a factura sofrerá um aumento, resultante do somatório da variação anual do “Índice de
Harmonização de Preços ao Consumidor” (cerca da inflação), agravado
da variação do “Índice de Evolução Real(?) dos Preços de Abastecimento”, (e
apenas este) conforme a seguinte tabela:
Evol. Real de Preços (?)
|
2014
|
2015
|
2016
|
2017
|
Abastecimento
|
5%
|
0%
|
0% (?)
|
0%
|
Saneamento
|
5%
|
10%
|
0% (?)
|
20%
|
7º É ou não verdade, que estes aumentos
brutais foram planeados em reunião de Outubro nas “AR”, como o voto favorável
de todos os Municípios envolvidos, com excepção de Salvaterra que se absteve e
que foram, posteriormente, ratificados em Reunião de Câmara de TODOS os
Municípios envolvidos, nas costas e em manifesta traição política aos superiores
interesses dos respectivos munícipes, que deveriam defender?
8º É ou não verdade, que as “AR”
gastaram largos milhares de euros na “actividade panfletária”, em papel de luxo
com impressão a cores, do Boletim (des)Informativo nº9/Dez2013, com indicação
dos novos aumentos, mas sem a sua
correspondência em termos percentuais, e que agora esta a inundar os correios
de todos os consumidores?
9º É ou não verdade, que apesar as “AR”
serem uma empresa intermunicipal jovem e, consequentemente, com um parque
automóvel não envelhecido; celebrou em 19Jul2013 um contrato de aluguer
operacional de viaturas com a “Leaseplan, Comércio e Aluguer de Automoveis Lda”
no valor de 276.106€, pelos mesmos 4
anos destes brutais aumentos que nega (2014-2017)?
10º Por último, é ou não verdade, que
de 2011 para 2012, houve um agravamento na rubrica “Vencimentos” de 131.535€ nas “AR” e apenas um aumento
de 3 colaboradores (161 para 164), o que, perante o pressuposto do congelamento
de vencimentos vigente, significou um vencimento mensal de 3.131€ para cada um
deles?
Aproveito para apelar a todos os ribatejanos atingidos, que se
mobilizem nesta justa luta e subscrevam a Petição Pública contra este aumento, na
hiperligação informática: http://www.peticaopublica.com/pview.aspx?pi=PT71740
Alpiarça,
22 de Dezembro de 2013
Respeitosamente
e a bem da verdade devida aos contribuintes ribatejanos
1 comentário:
Ainda que sem denuncia pública por desconhecimento à data,o processo de aumentos percentuais brutais iniciou-se em 2009 e até ao momento ascende a valores consolidados da ordem de 50%, conforme quadro resumo (apenas) das tarifas variáveis de agua que se anexa:
https://fbcdn-sphotos-d-a.akamaihd.net/hphotos-ak-prn2/1525161_1440302149517177_937472373_n.jpg
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