Em 2008 havia 16,7 milhões de
desempregados, número que subiu para 26,2 milhões no final de 2013, elevando a
taxa de desemprego para 10,8%. Entretanto, ainda com dezembro por contabilizar,
o número de desempregados baixou para 24,4 milhões em 2014. Mas há um problema
que a Europa ainda não conseguiu controlar.
Entre a população desempregada com baixas
qualificações, o desemprego de longa duração - aquele que persiste por mais de
12 meses - passou de menos de 5% em 2008 para mais de 10% em 2013 no conjunto
da UE, alerta a Comissão Europeia, num relatório recentemente divulgado. O
fenómeno teve um impacto menor nas pessoas com médias e altas qualificações,
mas nem por isso é mais animador. O desemprego de longa duração passou de 1%
para quase 3% entre os altamente qualificados e de pouco mais de 2% para mais
de 4% entre os que têm qualificações médias.
Portugal não escapou à tendência europeia
e viu a taxa de desemprego de longa duração passar de 4% para 9% em cinco anos.
É a quinta mais elevada da UE, só ficando atrás da Grécia, Espanha, Croácia e
Eslováquia.
São principalmente os homens, os jovens
com menos de 35 anos e os pouco qualificados que são mais afetados por este
problema, em especial os profissionais dos sectores da construção e da
manufatura, particularmente afetados pela recessão", nota o relatório da
comissão. A agravar este cenário está o facto de um em cada cinco desempregados
de longa duração - os jovens, essencialmente - nunca ter sequer chegado a estar
alguma vez empregado, o que "cria um forte risco de marginalização".
A solução passa pela educação.
"Regra geral, uma maior participação dos desempregados em educação e
formação traduz-se numa saída mais rápida do desemprego", diz o relatório.
Sector da construção foi fortemente
afetado pela recessão económica© Money Sharma / EPA Sector da construção foi
fortemente afetado pela recessão económica
Emprego novo é temporário ou part-time
Apesar de, hoje, o número de pessoas a
cair no desemprego estar a diminuir para níveis pré-crise, é cada vez mais
difícil para aqueles que já estão desempregados conseguirem sair dessa
situação, refere o relatório.
Pior do que isso, grande parte do emprego
criado é temporário ou a tempo parcial, o que ilustra a incerteza que ainda se
vive do lado dos empregadores e levanta preocupações em relação à robustez da
recuperação económica. "Nos estados membros em que os contratos a termo
desempenham um papel importante, os múltiplos e repetidos períodos de
desemprego de curta duração são um fenómeno disseminado", aponta a
comissão.
Portugal volta a estar no grupo dos mais
atingidos neste capítulo, juntamente com Espanha, Polónia e Eslovénia: 60% da
população empregada só tem trabalho temporariamente, isto é, encontra-se
contratada a termo certo.
E, mais uma vez, são os
jovens que mais sofrem o impacto destas tendências. "Os jovens são mais
propensos a sujeitarem-se a condições de trabalho mais precárias", o que
se reflete na enorme percentagem - 43% - de jovens que estão empregados com
contratos a termo certo. Este valor tem vindo, contudo, a diminuir para os
maiores de 25 anos. Ao mesmo tempo, um em cada três empregados jovens só tem um
trabalho a tempo parcial. Resultado: "os jovens empregados têm um risco
maior de experienciarem pobreza
apesar de trabalharem."
«DV»
1 comentário:
E a culpa é de quem? Claro da politica do patronato e daqueles que a defendem e dos seus partidos PSD, CDS, MTA , dos que votam neles e nesta reles oposição de Alpiarça.
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