Anabela Melão |
«Agora apanho sol. Mas até agora trabalhei cinquenta anos sem descanso. Como o pão suando dia a dia num labutar sem pausa.
Gastei o tempo com o salário dos sábados, passou a primavera, veio o verão. Dei ao patrão a flor do meu esforço e a minha mocidade. Nada tenho.
Gastei o tempo com o salário dos sábados, passou a primavera, veio o verão. Dei ao patrão a flor do meu esforço e a minha mocidade. Nada tenho.
O patrão está rico à minha custa, eu à sua, estou velho.
Pensando bem, o patrão deve-me tudo.
Eu não lhe devo nem sequer este sol que agora apanho.
Enquanto o apanho, espero.» Celso Emídio Ferreiro
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