sábado, 3 de maio de 2014

Governo tem «descaramento» ao negar aumento de impostos

O secretário-geral do PS, António José Seguro, classificou ontem como «um escândalo», um «descaramento» e uma «falta de respeito» pelos portugueses haver membros do Governo que negam a existência de um aumento de impostos em 2015.
António José Seguro falava aos jornalistas, na Assembleia da República, depois de encerrar uma audição parlamentar promovida pela bancada do PS sobre organização e mapa judiciário.
Confrontado com declarações de membros do executivo PSD/CDS que rejeitam a existência de um aumento da carga fiscal no próximo ano, o líder socialista caraterizou essas posições como «um escândalo».
«Quando o primeiro-ministro [Pedro Passos Coelho] aumenta o IVA e diz que não há aumento dos impostos, não está a respeitar os portugueses. É preciso ter muito descaramento para dizer uma coisa desse género», declarou ainda António José Seguro.
Já sobre as advertências do Fundo Monetário Internacional (FMI) e da Comissão Europeia, no âmbito da 12ª avaliação a Portugal, de que o país tem ainda um caminho complexo pela frente nos próximos anos e não pode adotar uma atitude complacente nos planos económico e financeiro, o secretário-geral do PS considerou que, «infelizmente, são habituais» as contradições entre o Governo e a troika no final de cada avaliação.
«Infelizmente é habitual o Governo dizer uma coisa e depois ser desmentido ou pelo próprio Governo, ou por documentos da troika. Não se pode ter confiança neste Governo», disse.
Em relação à conclusão da 12.ª avaliação - e última - ao Programa de Assistência Económica e Financeira (PAEF), o líder socialista deu uma resposta prudente, alegando ter primeiro de conhecer «preto no branco quais são os documentos acordados entre o Governo e a troika».
«Como sabem, o Governo pediu uma extensão por mais seis semanas do PAEF. Portanto, vamos estar com atenção quando forem conhecidos esses documentos. Acredito mais nesses documentos do que na palavra do que Governo, que vale muito pouco - isto para não dizer mais», respondeu.
«Lusa»

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