OPINIÃO: Programas Eleitorais

Agora que se aproximam as eleições, é da maior importância a construção dos Programas Eleitoras (PE), que pelos nossos lados, costumam ser normalmente “construídos”  de uma forma mais tradicional, que neste momento já se encontra completamente ultrapassada e desvirtuada.

Nos dias de hoje, ao contrário do que muitos defendem, os PE deverão ser as traves mestras que servirão de base de orientação do executivo, não só em termos de captação de votos, mas também em termos de “ferramenta de trabalho”, pois será com base nestes que se elaborarão os Planos Estratégicos para as diferentes localidades ou regiões intermunicipais.

Não menos importante do que servir de base para a criação dos Planos Estratégicos, os PE são fundamentais na monitorização da acção do executivo ao longo do mandato, como tal os mesmos deverão ser radiográficos e deverão apontar caminhos para a resolução dos problemas do concelho.

Por mais estranho que pareça, é aqui que se encontra o busílis da questão, pois a título de exemplo, podemos verificar que o único PE até agora apresentado (PS) é estritamente vago nas questões relacionadas com os problemas de fundo da Autarquia e de todo o concelho de Alpiarça.

Não é com a construção de capelas nos lugares que resolvemos os problemas das pessoas…..Nem com promessas de coisas que já existem como as Bolsas a alunos carenciados….

Caros leitores, na minha modesta opinião, isto é mau demais para ser verdade…. E demonstra acima de tudo que a tal pessoa que fez não sei quantas graduações em gestão, deveria de ir tirar mais umas quantas ou então tirar mesmo uma Licenciatura de Gestão de Empresas, pois uma casa com fracos alicerces, tem maior probabilidade de ruir num curto espaço de tempo.

Voltando à questão essencial do post, poderemos também questionar as outras duas forças politicas, sendo que neste caso, teremos um misto de experiência/tradicionalismo/conservadorismo e falta de visão (CDU) e por outro lado temos um misto de renovação/inovação/capacitação/know how  (ou savoire faire ou saber como executar) e uma clara visão e capacidade de extrair ao máximo a Missão da Autarquia (Todos por Alpiarça).

A monitorização é  sempre a parte fundamental dum bom PE, pois se o mesmo não for minitorizável, o mesmo não é executável, e foi isso que se passou com o PE da CDU de 2009, ou seja, o mesmo não é executável em tempo útil, pois o mesmo não se consegue avaliar periodicamente por duas razões. Uma delas é que durante praticamente durante 3 anos nada se fez a não ser destruir algumas coisas boas que existiam em Alpiarça (por ex. a Feira do Vinho) e depois porque em jeito muito atabalhoado e pouco profissional, se tenta dar um folego final de modo a diminuir o impacto da não execução quase na integra do mesmo.

Um bom PE deverá  estar bastante explicito quanto às informações estratégicas, sua missão e visão, às acções estratégicas e por final aos resultados, assentes nos eixos estratégicos, que derivarão para os operacionais e consequentemente para as medidas a adoptar.

Com esta esquematização é fácil monitorizar, perceber os desvios e adoptar medidas que permitam corrigir esses mesmo desvios.

Hoje mais do que nunca é fundamental adoptar medidas que potenciem a reindustrialização da região em que estamos inseridos, que fomentem a criação de emprego e que acima de tudo diminuam desigualdades entre populações.

Esperemos pelos próximos PE, na ânsia de ver algo que seja executável a acima de tudo mais arrojado e sem demagogias baratas como as que temos tido até ao momento.

Chegou a hora de dar uma oportunidade aos mais novos, nomeadamente aos que consigam acrescentar valor a um concelho que não pode lutar apenas por sobreviver.

É necessário ir mais além, chegar onde nunca se chegou, arriscar e ir mais à frente.

 Por: José Julio