A Câmara de Alpiarça já recebeu o contacto de um investidor com interesse na empresa de recolha de leite Renoldy, disse a presidente do município, Vanda Nunes.
A autarca não quis revelar para já o nome nem a origem do investidor mas garante que é alguém que "conhece bem o mercado do leite e que está disposto a ficar com a fábrica e manter a produção de leite".
"Agora resta saber se a administração da Renoldy está interessada em vender, atendendo a que tem revelado dificuldades em encontrar solução para o problema da falta de encomendas", referiu Vanda Nunes, do Partido Socialista, acrescentando que vai ser ela própria a contactar a administração da fábrica para revelar o interesse deste investidor.
"Temos feito tudo para manter a fábrica em funcionamento. O senhor ministro da Agricultura já interveio para ajudar e temos feito muito mais até do que aquilo que compete aos poderes públicos", frisou Vanda Nunes. A presidente da câmara lamentou ainda que a autarquia não tivesse sido informada directamente de toda a situação da empresa, como ficou estabelecido no protocolo assinado entre a fábrica e o município aquando da sua instalação em 2002 na zona industrial de Alpiarça.
"Na altura fizemos um grande esforço para ajudar a fixar esta empresa, nomeadamente através da cedência de terreno, e continuamos a fazer tudo para que a fábrica continue a funcionar", disse ainda Vanda Nunes.
Em finais de Junho, a administração da Renoldy comunicou aos cerca de 100 produtores que lhe fornecem leite que não poderia continuar a comprar-lhes a produção.
A empresa justificou a medida afirmando que tinha deixado de ter encomendas dos seus principais fornecedores, em especial do grupo Sonae. O dia 15 de Julho foi o prazo apontado para o fim da produção.
O ministro da Agricultura, Jaime Silva, interveio e reuniu a administração da Renoldy com Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição e os principais grupos de distribuição portugueses - Sonae, Auchan (Jumbo) e Jerónimo Martins.
A 08 de Julho, o ministro visitou a fábrica e ficou a saber que esta se encontrava parada, sem encomendas e com um stock cerca de 2,5 milhões de litros de leite embalado sem destino e sem encomendas. Uma situação que acontecia mesmo depois da encomenda de 1,3 milhões de litros de leite feita pela Sonae.
Da parte da empresa, foi referido que se aguardava o planeamento de encomendas da Sonae, principal comprador de leite à Renoldy, mas o porta-voz da fábrica, o advogado Pedro Reis, avisou que não havia muito tempo para "negociação".
«O Mirante»
1 comentário:
Sinceramente, os jornalistas continuam a ser enroladas em noticias sem qualquer tipo de fundamento e publicam as mesmas sem sequer confirmarem as fontes... Mas enfim, passemos aos factos:
- Alguem no seu perfeito juizo, acha que existindo um interessado na compra de uma fabrica de projecção nacional, contacta primeiro a Camara Municipal, solicitando que esta contacte a Administração da empresa ?
- Alguem acha que no mundo dos negócios, os contactos são efectuados através de Camaras Municipais, quando existem quadros superiores, consultores e mediadores profissionais de negócio que normalmente fazem estas abordagens, sendo que em Portugal a Industria do Leite é tao pequena que todos se conhecem nem que seja pela propria Associação/Federação (ANILAC, FENELAC, etc) ?
- Sendo a Renoldy actualmente uma empresa na posse de outra empresa com ligações à Lactogal, e sendo a Lactogal um pequeno colosso no nosso pequeno pais, acham que se quisesse vender a empresa, nao teria já contactado empresas que estivessem nessa disposição, estando as mesmas no mesmo sector de actividade e conhecendo como ninguem a Produção de Leite, sendo os unicos projectos alternativos e viaveis que assegurassem o maior encaixe financeiro pela venda da empresa, ou que nao teria já os seus consultores (internos ou externos) a fazer esse trabalho ?
Dito isto, varias conclusões se retiram:
- Ou a fonte do Mirante, meteu os pes pelas maos e forneceu uma noticia que nao corresponde à realidade.
- Ou a Camara Municipal de Alpiarça, tenta tirar dividendos politicos da situação tentando demonstrar um envolvimento ficticio na tentativa de resolução do problema
- Ou a Camara Municipal de Alpiarça, na sua ingenuidade, acha que pelo facto de ter recebido um contacto de alguem supostamente interessado na fabrica do leite, julga que a Lactogal, não está já um passo à frente em todo esse processo de encontrar uma solução (se essa solução existir).
- Ou existe um investidor pouco interessado na produção de leite, que lhe interessa basicamente o espolio da fabrica, eventualmente para alocação a outra Unidade de Produção, ou para venda a um qualquer espanhol ou chines, nem que para isso se 'garanta' a manter a produção por mais uns meses, até ao encerramento definitivo.
Por ultimo e em jeito de conclusão, é necessario perceber o sistema de comercialização do leite da fabrica Renoldy, em que os factores de produção têm determinados custos fixos, em que a cobertura dos mesmos só serão possiveis através de preços de venda superiores aos actuais, pelo que qualquer projecto de investimento na fabrica será sempre comprometido, independentemente do investidor.
Veja-se o que acontece actualmente na Europa em que as empresas deste genero fecham portas a um ritmo alucinante.
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