quinta-feira, 20 de março de 2014

Manifesto dos 70 é “tardio” e confirma necessidade “urgente “ da renegociação

Jerónimo de Sousa comentou o manifesto pela reestruturação da dívida subscrito por 74 personalidades, quer de esquerda, quer de direita
O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, afirmou, no Porto, que o manifesto subscrito por 70 personalidades é “tardio”, mas vem confirmar a necessidade “urgente” da renegociação da dívida e a rutura com o atual rumo político.
No comício comemorativo do 93.º aniversário do partido, o líder comunista salientou que o manifesto conclui a necessidade “imediata” do país renegociar a sua dívida pública, reconhecendo a sua natureza insustentável e as consequências devastadoras que lhe estão associadas.
“Uma renegociação que, para o PCP, deve ser assumida por iniciativa do Estado português, na plenitude do direito soberano da salvaguarda dos interesses do país e do povo, assente num serviço de dívida compatível com o crescimento económico e a promoção do emprego, tendo como objetivo a sustentabilidade da divida no médio e longo prazo”, referiu.
Jerónimo de Sousa aludia ao manifesto pela reestruturação da dívida subscrito por 74 personalidades, quer de esquerda, quer de direita.
O documento, divulgado na terça-feira, considera que a dívida pública de Portugal é insustentável e que não permite ao país crescer, defendendo uma reestruturação que deve ocorrer no quadro europeu.
Na quarta-feira, o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, disse que o assunto “está totalmente fora de questão” e acusou os subscritores de serem "os mesmos que falavam na espiral recessiva".
O líder comunista realçou que as manifestações até agora conhecidas do Governo sobre o manifesto, pela voz do primeiro-ministro, e do PS, secundadas pelo Presidente da República, põem a nu, não apenas o seu profundo compromisso e identidade política com a `troika´ e o “pacto de agressão” que em conjunto subscreveram, mas a intenção de levar ainda mais longe, para lá dos limites do abuso, o “sugar” dos salários e das reformas.
“Pedro Passos Coelho e o Presidente da República vieram muito preocupados porque os mercados, esse bezerro de ouro que eles estão permanentemente a adorar, se podiam assustar, então ele não tem medo que o povo português, os desempregados, os que foram conduzidos à ruína, os que estão hoje estão na pobreza, não está preocupado com esse susto e esse drama de milhões de portugueses”, frisou.
Por esse motivo, o comunista defendeu a renegociação da dívida, de toda a dívida, nos seus montantes, juros e prazos de pagamento, para relançar a economia e promover o emprego.

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