Por: J. Freitas |
"Era o que mais faltava era numa festa pública, não se poder dizer de onde se é, ou qual o partido que se simpatiza" - escreve um comentarista (ler: . "IV FESTIVAL DO MELÃO - Colóquio": ).
Por acaso, gostaria de ver o "melão" dos dirigentes da CDU, se a mesma cantora dissesse no palco onde estava a trabalhar para o entretenimento de gente de várias ideologias políticas, que era do PS ou de outro partido qualquer e que até tinha cartão e tudo. Seria o bom e o bonito! Aliás, são cenas puramente demagógicas e infelizes que deveriam ser evitadas. A festa não é só para comunistas. A festa é para toda a população de Alpiarça que com o dinheiro dos seus impostos pagou o cachet a esta profissional. A menos que tivesse vindo a custo zero só para fazer campanha a favor da CDU. Mas para isso, as pessoas deviam ser devidamente informadas de que se tratava de um espetáculo promovido não pela Câmara Municipal de Alpiarça, mas sim pela CDU e ficava o assunto resolvido.
Todos nós já assistimos a muitos espetáculos promovidos por câmaras de municípios vizinhos desde o 25 de Abril de 1974, a esta parte. Agora, façamos um pequeno esforço de memória e vejamos onde é que alguma vez vimos um "espetáculo" de bajulação política como este?
É óbvio que a artista não aparece aqui só para demonstrar os seus já reconhecidos dotes vocais e comer uma talhada de melão. Ela veio buscar aquilo com que se compram os melões e, com uma mão lavou a outra.
Essa é que é a realidade e, faz jus ao conhecido sistema: "jobs for boys & girls" que grassa na política a todos os níveis, sem exceção.
Mais razão que um santo!
ResponderEliminarTambém eu me indignei com esse infeliz trecho do comentário.
Às vezes quando leio certas tiradas fico sem saber se as pessoas escrevem a sério, se é humor negro, ou se pensam mesmo assim.
É precisamente por esse tipo de cegueira partidária que não voltarei a votar CDU.
As pessoas antes de escreverem alguma coisa deviam pensar que antes de filiados num partido político, são cidadãos e têm amigos e familiares que não partilham das suas convicções.
O meu falecido pai sempre me ensinou que "não faças aos outros o que não queres que façam contigo".
Um conselho sábio e que tem determinado a minha forma de estar e viver e foi essa mensagem do avô que transmito aos meus filhos.
Sem essa forma de estar e de ser, é pouco provável que consigamos viver em sociedade.
Ao prejudicar o vizinho, o colega de trabalho ou seja quem for, podemos ter como retribuição que nos façam o mesmo e aí criamos um conflito.
Ao achar bem que quem vem cantar numa festa paga pelo erário público aproveite a ocasião para fazer campanha partidária, estaremos a aceitar que quando estamos na oposição é lícito que nos façam o mesmo.
Mas neste caso o problema não acaba aqui.
A Feira do Melão só tem razão de existir se for virada para o exterior.
O combustível que alimenta, ou deverá alimentar no futuro a feira são os forasteiros.
Os comerciantes que compram o melão aos nossos produtores e as famílias que nos visitam e que levam 30 ou 40 Kgs.
São esses que ajudam económicamente os nossos produtores.
Transformar um espectáculo público num comício partidário dificilmente agradará a alguém a não ser aos simpatizantes da CDU, e esses como todos sabemos fora de Alpiarça representam 8 a 10% dos portugueses.