Por: Anabela Melão |
Jesus
Cristo foi crucificado no Calvário (em hebreu, Gólgota, "O Lugar da
Caveira"). Muitos de nós procuram na intimidade simbólica e ritualista
experimentar essa iniciação frente à caveira, morrendo para o mundo profano e
abrindo dentro de nós as portas a esse extraordinário mundo novo. Esta morte,
neste lugar concreto, retoma maior significado a acreditar na tradição hebraica
(Orígenes, século III), que diz que Adão teria sido sepultado no Lugar da
Caveira ou Gólgota, o mesmo local onde Jesus Cristo foi crucificado. Seguindo a
profecia, se a humanidade morria com Adão, ela ressuscitaria com Cristo. A
caveira de Adão teria sido lavada pelo sangue de Cristo para que todos os
filhos de Adão fossem remidos pelo "segundo Adão". O grito proferido
do alto da cruz: “Tetelestai" (“está consumado!”). Essa palavra dita nos
últimos momentos em que Jesus ofereceu a Sua vida, depois de ter dito: “Pai,
nas Tuas mãos entrego o meu Espírito”, são esclarecedoras quanto ao sentido que
o Filho de Deus dava à sua entrega. (Tetelestai era o carimbo colocado sobre o
documento de compra de um escravo depois de ser pago todo o preço. Tetelestai
era esse registo legal. No primeiro século, pregava-se o documento de acusação
de um preso na porta da sua cela. Os crimes de que era acusado e o castigo que
lhe tinha sido imposto, estavam descritos nesse documento. Depois do preso ter
cumprido a sentença, o documento era retirado da porta, e cancelado pela
aposição da palavra tetelestai! O documento era-lhe então entregue, e ninguém
podia voltar a acusá-lo dos mesmos crimes). Quando Jesus disse A palavra,
queria dizer-nos que “a dívida está quitada”! Lembro que, naquele tempo, a
palavra tetelestai era também utilizada nas campanhas militares vitoriosas.
Quando um general regressava do campo de batalha, fazia marchar os seus
prisioneiros de guerra pelas ruas de Roma e, ao proclamar a sua vitória,
gritando: tetelestai… tetelestai. Com este grito de vitória, afirmava que o
inimigo tinha sido vencido e que o seu poder havia sido quebrado: Missão terminada!)
Foi esta A Sua última palavra antes de expirar na Cruz. Assim Jesus proclamou a
Sua vitória sobre o inimigo: Tetelestai!! A obra da cruz foi, é e sempre será
completa! Tudo que fazia parte do “tempo antigo” (período antes da Cruz) já
passou – “As coisas velhas já passaram…” (2ª Coríntios 5:17). No Gólgota Jesus
dividiu os tempos, pondo fim a uma era de maldições, de lei, dogmas, regras
religiosas, legalismos farisaicos, acabando com as incertezas e com o medo. Ele
abriu-nos as portas do Novo e Vivo Caminho que é a Nova Aliança e trouxe-nos de
volta para o Reino. E assim como na visão de Ezequiel, onde um lugar de mortos
se tornou um lugar cheio de vida (Ezequiel 37:1-10), o lugar da Caveira, onde
Cristo foi morto, se tornou um lugar de renovação para toda a Criação. Paulo
disse: “…tudo se fez novo.” (2ª Coríntios 5:17). Recriemo-nos! Reinventemo-nos!
Ressuscitemos! Que O Novo Homem tome o lugar do Velho Homem que há em Nós.
Vivamos a Páscoa nessa reflexão do que o Mundo exige de Nós. E morramos Nela
para nascer de novo
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