DISCURSO DO PRESIDENTE DA CÂMARA NA INAUGURAÇÃO DO CENTRO ESCOLAR PROF ABEL AVELINO
Alpiarça, 15 de Setembro de 2011 – 18 horas
Intervenção do Presidente da Câmara de Alpiarça, Mário Fernando Pereira
Saudações
Foi com muita honra que, convosco, acabei de inaugurar o novo centro escolar – a Escola Básica do 1º Ciclo – Professor Abel Avelino.
É um equipamento escolar de qualidade, moderno, que valoriza Alpiarça, e que será elemento preponderante, por muitos anos, na educação e qualificação para a vida das crianças do nosso concelho.
Materializa um investimento global de 1.200.000 euros candidatado a financiamento comunitário do Quadro de Referência Estratégica Nacional, através do Programa Operacional do Alentejo, no âmbito das verbas da contratualização da CIMLT.
Com a obra que decorre na Casa dos Patudos – 2.500.000 euros –, cuja 1ª fase se encontra também já concluída, esgota o montante total das verbas disponíveis à autarquia por via da repartição acordada entre os municípios da Lezíria.
A execução destes investimentos – prioridade desde o primeiro momento assumida – tem absorvido quase totalmente os nossos escassos recursos financeiros, em claro detrimento de outras eventuais opções e necessidades sentidas pela nossa população. Tem sido um imenso esforço de tesouraria; mas é esse esforço que nos tem permitido aproveitar os fundos comunitários disponíveis e garantir a 4ª mais alta taxa de execução entre os 11 municípios da CIMLT, num registo significativamente superior às médias da região e do País.
Este novo estabelecimento de ensino é peça central numa aposta estratégica na educação por parte deste executivo municipal, cumprindo assim os compromissos anteriormente assumidos com a nossa população.
Ao longo deste ano, Alpiarça assistiu ao maior investimento de sempre na área da educação, da responsabilidade da administração local. 2
Para além da obra que hoje inauguramos, para além do funcionamento regular dos serviços que decorrem das competências transferidas e que nem sempre são compensados com as devidas transferências financeiras por parte da administração central, o Município realizou, com recurso a meios próprios, um vasto conjunto de intervenções de reabilitação de edifícios e estabelecimentos de ensino e procedeu à aquisição de equipamentos de apoio à actividade educativa. Desse trabalho, importa destacar:
. a requalificação da Escola EB1/JI de Alpiarça, com a pavimentação de vastas áreas do recinto, remodelação do ginásio, cozinha e refeitório, reconversão das instalações sanitárias e das salas a ocupar pelas crianças do ensino Pré-Escolar e pintura geral dos edifícios;
. a aquisição e colocação de Quadros Interactivos e equipamento informático de suporte ao funcionamento em todas as salas de aula das escolas do 1º ciclo do concelho;
. a pintura geral (interior e exterior) e arranjos de elementos de estrutura da Escola EB1/JI do Frade de Baixo;
. a remodelação profunda e pintura geral do edifício do antigo ginásio da Escola EB2,3/S de José Relvas, de forma a que aí possam funcionar, já este ano lectivo, as salas de apoio às crianças do ensino estruturado e especializado, bem como as obras de melhoramento e reequipamento do bar e a substituição de janelas e estores nos diversos blocos.
Despidos de quaisquer preconceitos, os factos demonstram que, num quadro de grandes dificuldades – que decorrem da situação recessiva do País e é comum à generalidade das autarquias portuguesas – o Município de Alpiarça tem conseguido corresponder positivamente às inúmeras solicitações, tanto nesta como em outras áreas da sua intervenção. 3
Julgo não ser novidade para ninguém que a actividade autárquica no nosso País tem sido fortemente condicionada por sucessivos cortes, ilegítimos, nas transferências a partir do OE, ou seja, nas verbas a que os municípios têm direito na sua participação nos impostos arrecadados pelo Estado, definidas na Lei das Finanças Locais – lei que o próprio Estado não tem cumprido nos últimos anos e que, por via da intervenção do FMI e do BCE em Portugal, se prevê que continue a não cumprir, em prejuízo das populações.
Caros convidados,
É oportuna esta ocasião para afirmar uma realidade que julgo ser incontestável, e cuja verificação é desejável – é necessária – ao sucesso deste empreendimento colectivo que é a educação das nossas crianças e jovens: refiro-me ao ambiente de bom relacionamento que se verifica entre os vários elementos institucionais que compõem o núcleo essencial da comunidade educativa alpiarcense.
Lembro aqui que nem sempre assim foi num passado recente.
Dissemos, em devido tempo, que era urgente eliminar a excessiva crispação política e social que se registou em Alpiarça, dando expressão a uma visão da intervenção municipal centrada na prossecução do interesse colectivo, entendido como a referência fundamental para o nosso trabalho e para a nossa relação com a comunidade;
Tornámos essa premissa num facto prático ao assumir a gestão da autarquia.
É um objectivo que estamos a cumprir em toda a linha, na recuperação da confiança de pessoas e entidades cuja relação com a autarquia se encontrava deteriorada:
Em especial junto das colectividades e do movimento associativo do concelho, a vários níveis, entre os quais se situa o da própria intervenção comum no processo educativo local através do Conselho Geral do Agrupamento;
Mas também junto da comunidade educativa, procurando estabelecer formas de colaboração que respondam rápida e eficazmente com soluções para problemas que são de todos, entre o Agrupamento de Escolas, a Associação de Pais e Encarregados de Educação e o Município de Alpiarça, superando divergências pontuais, no respeito pela autonomia no âmbito de intervenção própria de cada uma das instituições. 4
Estou certo de que existe nestes parceiros a consciência do esforço realizado pela autarquia, bem como da extensão das contingências e limitações que têm enquadrado a nossa acção.
Caros convidados,
Não é fácil, numa intervenção formal, como esta pretende ser, encontrar a devida objectividade para nos referirmos a alguém que muito admiramos, e que, de certa forma, contribuiu para a formação da nossa personalidade e carácter, adicionando conhecimento, e com quem nos relacionámos com amizade ao longo dos anos.
É o que se passa relativamente à pessoa, à personalidade que ficará associada à abertura e ao funcionamento futuro desta Escola. Procurarei, então, a objectividade possível.
Foi unanimemente que a CMA deliberou escolher o nome do Professor Abel Avelino para patrono desta nova Escola.
Foi uma decisão unânime e natural; não que fossem inexistentes outras possibilidades entre os muitos docentes que ao longo dos tempos contribuíram para a formação escolar de sucessivas gerações de alpiarcenses;
Foi uma escolha consensual porque o nome do Professor Abel se destaca e se impõe com naturalidade pelo que representa para os alpiarcenses, pela imagem do pedagogo metódico, que, com rigor, transmitia o conhecimento, impunha uma disciplina aparentemente rígida mas sempre serena, porque temperada com fina ironia e estratégicas tiradas de humor, ganhando a atenção e o afecto.
Certamente que a família aqui presente – D. Lurdes; Carminho, Licínia, Zé Luís, Zé Raul – me permitirá que afirme que Abel Avelino foi um homem de sorte;
Um homem a quem coube a fortuna de ter vivido em pleno a sua família e a realização profissional, de ter dado sentido e dimensão à vida com o interesse por um conjunto de actividades diversificadas, das quais nunca prescindiu e que o enriqueceram como pessoa;
Um homem com sorte por, tendo nascido em Alpiarça e cá ter sempre vivido e leccionado, ter tido a possibilidade de sentir o constante e geral reconhecimento dos amigos, colegas e funcionários da Escola, dos seus conterrâneos e das muitas 5
centenas dos que foram seus alunos – reconhecimento feito de autenticidade, de respeito e afabilidade genuína.
Fica esta Escola, portanto, com um nome apropriado para sua designação, digno da nobre missão que encerra, e que, justamente irá perpetuar a profunda ligação entre este ilustre alpiarcense e a sua maior causa de sempre: ensinar.
Caros convidados,
Não irei terminar sem lembrar os que, no terreno, edificaram esta obra. Aqui fica, pois, uma saudação especial:
. ao empreiteiro da obra – a firma JMSF – e aos seus trabalhadores;
. ao corpo técnico da autarquia, que acompanhou alguns aspectos da concepção e do seu desenvolvimento;
. aos trabalhadores do Município e da Freguesia, que nas últimas semanas foram incansáveis nos arranjos exteriores e na limpeza;
. aos membros do executivo municipal e do gabinete de apoio, que, nesta fase final da obra, muito de si deram para que pudéssemos estar aqui hoje a iniciar um novo ano lectivo, garantindo as melhores condições de funcionamento das nossas escolas.
Para terminar,
A todos os que, de alguma forma, irão beneficiar do investimento concretizado nesta nova Escola, desejo que este seja o primeiro dia do resto de muitas vidas felizes e valorizadas pelo estudo e pelo conhecimento.
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