Artigo de Opinião
Por: José Marques
Os seus nomes são Gonçalo, 28 anos e Luísa, 27 anos.
Cresceram, compraram casa e têm um filho de 5 anos, Tiago.
O seu rendimento base líquido é de 1.200 euros.
Como ninguém lhe ofereceu a casa pagam 550 €/mês de prestação (juros 478 €e amortização 72 €). A casa custou 91.000 euros, está hipotecada por 35 anos e foi adquirida em Abril de 2004.
Mas há mais despesas: seguros 50 €; infantário 250 €; ginásio do filho 10 €; água 18 €; electricidade 50 €; gás 20 €; comunicação em casa (TV, Internet, telefone) 45 €; despesas com deslocações e viaturas 100 € ( 1 viatura para o casal); condomínio 20 €; alimentação 300 €; telemóveis 30 €; outras despesas não programadas (saúde, etc.) 50 €; outras despesas domésticas (incluindo pronto a vestir) 50 €.
Moram a 4 Km de uma cidade do sul do país com 45.000 habitantes.
A sua despesa global é de 1.543 euros.
Como resolve esta família o défice de 343 €? Ele tem um part-time de 380 €, que permite um saldo positivo de 37 €.
Esta é a vida da nossa juventude que aceitou o desafio de constituir família e ter filhos.
Como podem alguns políticos e teóricos perguntar a razão de ser da natalidade, em Portugal, estar em queda preocupante?
Como exemplificar e aceitar que 50 % do rendimento base deste casal seja o serviço da divida da habitação que decidiram adquirir para morar? Só é aceitável que esta despesa fosse o máximo de 25% do seu rendimento disponível, ou seja 300 €.
Também as despesas de infantário deveriam ser no máximo 10 % do seu rendimento base disponível: 120 €.
As despesas com viaturas e deslocações deveriam ser 50 % da actual, ou seja 50 € mês.
Com a redução para 50 % dos juros da prestação, ou seja (-239 €), a existência de uma creche na organização onde trabalha (- 130 €) uma rede de transportes urbanos ao serviço da solidariedade social (- 50 €) e mais respeito pela qualidade de vida na cidade e arredores onde mora, este agregado familiar jovem teria uma poupança de 419 €/mês.
Assim, poderia deixar o part-time para outro jovem e dispôr de mais 76 € para acumular uma pequena poupança mensal ou aumentar a circulação de dinheiro disponível para dar mais vida ao tecido económico. Poderia até satisfazer consumos de lazer, cultura, formação que fazem falta numa sociedade, cada vez mais exigente e com desafios permanentes para jovens com ambição, e desejosos de mais e melhor qualidade de vida, para sim e para os seus filhos.
A liderança politica e social, em Portugal, tem de pensar que este é um preço demasiado alto a pagar pela actual geração e a dos nascidos no século XXI.
Socorro!
Estão endividados, qualquer alteração da situação laborar resulta numa crise angustiante e socialmente injusta.
Os nomes são fictícios os números são verídicos, o caso existe.
Tal como existem muitos “Gonçalo” e “Luísa” que pagam caro o facto de pertencerem a um país que não soube optar por politicas de arrendamento de habitação, solução menos comprometedora, mais flexível e ajustada à moderna e frequente mobilidade profissional e territorial. Esta geração e as próximas não têm emprego para a vida que existiu até aqui. São cidadãos europeu e de mundo plano.
Por: José Marques
Os seus nomes são Gonçalo, 28 anos e Luísa, 27 anos.
Cresceram, compraram casa e têm um filho de 5 anos, Tiago.
O seu rendimento base líquido é de 1.200 euros.
Como ninguém lhe ofereceu a casa pagam 550 €/mês de prestação (juros 478 €e amortização 72 €). A casa custou 91.000 euros, está hipotecada por 35 anos e foi adquirida em Abril de 2004.
Mas há mais despesas: seguros 50 €; infantário 250 €; ginásio do filho 10 €; água 18 €; electricidade 50 €; gás 20 €; comunicação em casa (TV, Internet, telefone) 45 €; despesas com deslocações e viaturas 100 € ( 1 viatura para o casal); condomínio 20 €; alimentação 300 €; telemóveis 30 €; outras despesas não programadas (saúde, etc.) 50 €; outras despesas domésticas (incluindo pronto a vestir) 50 €.
Moram a 4 Km de uma cidade do sul do país com 45.000 habitantes.
A sua despesa global é de 1.543 euros.
Como resolve esta família o défice de 343 €? Ele tem um part-time de 380 €, que permite um saldo positivo de 37 €.
Esta é a vida da nossa juventude que aceitou o desafio de constituir família e ter filhos.
Como podem alguns políticos e teóricos perguntar a razão de ser da natalidade, em Portugal, estar em queda preocupante?
Como exemplificar e aceitar que 50 % do rendimento base deste casal seja o serviço da divida da habitação que decidiram adquirir para morar? Só é aceitável que esta despesa fosse o máximo de 25% do seu rendimento disponível, ou seja 300 €.
Também as despesas de infantário deveriam ser no máximo 10 % do seu rendimento base disponível: 120 €.
As despesas com viaturas e deslocações deveriam ser 50 % da actual, ou seja 50 € mês.
Com a redução para 50 % dos juros da prestação, ou seja (-239 €), a existência de uma creche na organização onde trabalha (- 130 €) uma rede de transportes urbanos ao serviço da solidariedade social (- 50 €) e mais respeito pela qualidade de vida na cidade e arredores onde mora, este agregado familiar jovem teria uma poupança de 419 €/mês.
Assim, poderia deixar o part-time para outro jovem e dispôr de mais 76 € para acumular uma pequena poupança mensal ou aumentar a circulação de dinheiro disponível para dar mais vida ao tecido económico. Poderia até satisfazer consumos de lazer, cultura, formação que fazem falta numa sociedade, cada vez mais exigente e com desafios permanentes para jovens com ambição, e desejosos de mais e melhor qualidade de vida, para sim e para os seus filhos.
A liderança politica e social, em Portugal, tem de pensar que este é um preço demasiado alto a pagar pela actual geração e a dos nascidos no século XXI.
Socorro!
Estão endividados, qualquer alteração da situação laborar resulta numa crise angustiante e socialmente injusta.
Os nomes são fictícios os números são verídicos, o caso existe.
Tal como existem muitos “Gonçalo” e “Luísa” que pagam caro o facto de pertencerem a um país que não soube optar por politicas de arrendamento de habitação, solução menos comprometedora, mais flexível e ajustada à moderna e frequente mobilidade profissional e territorial. Esta geração e as próximas não têm emprego para a vida que existiu até aqui. São cidadãos europeu e de mundo plano.
Sem comentários:
Enviar um comentário