Portugal e Espanha são
exemplos de países onde o aumento do número de licenciados não contribuiu para
a redução da taxa de desemprego entre os mais jovens. O exemplo foi dado por
Angela Merkel que defende a aposta no ensino profissional como forma de combater
o desemprego entre os mais jovens.
"Temos
de nos afastar" da aposta nos estudos universitários, afirmou Angela
Merkel em discurso numa conferência da
associação patronal federal alemã (BDA na sigla original) em Berlim, citada
pela Bloomberg.
"De
outra forma, não seremos capazes de persuadir países como Portugal e Espanha
que têm muitos licenciados", apontou.
A
chanceler criticou também os rankings da Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Económico (OCDE) que comparam o nível de educação nos países
através do número de licenciados.
"É
um absurdo, sabendo bem que muitos dos países que têm muitos licenciados também
têm elevados níveis de desemprego jovem", sublinhou.
Olhando
para os rankings da OCDE, Portugal contava em 2012 com 19% de percentagem de
adultos licenciados, contra os 32% de Espanha. Já a Alemanha conta com um total
de 28% de adultos licenciados, face à media de 32% dos países-membros da OCDE.
Ao mesmo
tempo, os números do desemprego entre os jovens (abaixo de 25 anos) não deixam
margem para dúvidas. Espanha conta com a percentagem mais elevada da União
Europeia (53,7% em Setembro), seguida da Grécia (50,7% em Julho), segundo o
Eurostat.
Já Portugal regista uma taxa de 35,2%, a
quinta maior da União Europeia depois da Croácia e Itália. A Alemanha regista o
valor mais baixo entre os 28 Estados-membros: 7,1%.
Durante
o encontro, a chanceler defendeu a necessidade de os Governos tomarem medidas
para aumentarem a competitividade de forma a restaurar a confiança nos mercados
financeiros.
Angela
Merkel também abordou a actuação do Banco Central Europeu (BCE) e considerou
que a política monetária não pode resolver questões que devem ser endereçadas
pelos Governos da zona euro.
«JN»
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