A PRAIA FLUVIAL DO
PATACÃO ALIA BELEZA COM TRANQUILIDADE
As
margens do rio Tejo, antigo “ganha pão”
dos pescadores são hoje o cartão de visita de Alpiarça
No meio dos campos ribatejanos, quase
passa despercebido um dos locais mais bonitos da região. A Aldeia da Vieira,
mais conhecida por Patacão, fica em Alpiarça, no distrito de Santarém, e
conjuga água, areia e salgueiros num ambiente de tranquilidade e rara beleza. “É
um dos cartões de visita da vila, funciona como praia fluvial para os
habitantes, mas não é vigiada”, avisa Miguel Moita, do Gabinete de Ação Social
da Câmara municipal de Alpiarça.
Reza a lenda que não se deve mergulhar
nem ir muito além das margens, porque “as águas do Tejo não são de confiança”,
mas antigamente havia quem passasse o rio. “Quem não tinha barco, tinha de
atravessar a nado”, conta um agricultor da zona.
Durante a semana, ao fim do dia, agora
que o sol ilumina os campos de trigo e as flores perfumam a estrada que leva ao
rio, é comum verem-se ciclistas num passeio conjugado com desporto, terminando
com um momento de relaxe a ver o pôr-do-sol sentado na areia.
Ao fim da semana
há quem troque o almoço em casa por uma sardinhada no Tejo com amigos ou família.
E à noite há quem aproveite o silêncio para namorar. “O Tejo serviu em tempos
para muitas pessoas. Era ali que os pescadores iam à pesca” explica o
responsável.
Há cerca de 30 anos, os pescadores
habitavam as casas que ainda hoje estão de pé seguras por estacas altas que os
ajudavam a defenderem-se das cheias. Emília Branha foi uma das últimas
pescadoras a abandonar a aldeia com o marido, António Petinga. “Fui criada e
cresci nestas barracas. Os meus pais eram pescadores, eu em solteira trabalhei
no campo, e quando casei fui para a pesca também, conta Emília, de 70 anos.
A aldeia, que hoje tem meia dúzia der
casas, começou a ser habitada desde 050, pelos pescadores de Vieira de Leiria. Emília
e o marido lembram-se bem quando vínhamos invernos rigorosos e as águas transbordavam
as margens. “Na altura das cheias víamos a morte à frente dos olhos, tínhamos um
barquito, que ainda temos, e às vezes ainda lá vamos pescar qualquer coisita”,
afirma Emília
«Fonte: ‘NOTICIAS DE CÁ’»
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