O Paul da Gouxa, em Alpiarça, para onde até há menos de um ano eram
descarregadas as águas da Estação de Tratamento de Águas Residuais
(ETAR) intermunicipal de Almeirim/Alpiarça, algumas contaminadas devido a
mau funcionamento do equipamento, está a ser recuperado no âmbito de um
projecto comunitário de cooperação inter-regional – Ripidurable.
Na
candidatura apresentada pela Câmara de Alpiarça e já aprovada prevê-se a
instalação de um centro de interpretação, a plantação de árvores e
arbustos, a criação de observatórios de aves e peixes, bem como um
parque de estacionamento para os visitantes. Situado por trás da reserva
do Cavalo do Sorraia, o paul esteve muitos anos sujeito ao abandono,
com uma lixeira e uma exploração de inertes a poucos metros.
A
intervenção, que já começou com a correcção dos terrenos e limpeza,
abrange uma área de cerca de quatro hectares propriedade do município.
Uma parte do paul está inserida em terrenos privados que ficaram fora
desta candidatura. Ao todo vão ser gastos neste recurso 400 mil euros
através da iniciativa comunitária INTERREG, financiada pelo Fundo
Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER).
Paul da Gouxa |
Já foi feito um
estudo dos habitats desta zona húmida e um levantamento de todas as
características que vão constar em livros que serão distribuídos aos
visitantes. Até final do ano pretende-se plantar 1.300 árvores e
arbustos retirados da zona e que foram reproduzidos nas estufas do
Instituto Superior de Agronomia (ISA). Entre as árvores contam-se
espécies como o amieiro, freixo, choupo negro, pinheiros e sobreiros.
Alguns dos arbustos são o rosmaninho, lavanda e medronheiro.
A
coordenadora do projecto de recuperação do paul e investigadora do ISA
explica que este paul assume uma grande importância pelo facto de ter
uma mancha de salgueiros pretos com características que não são comuns.
Ana Mendes refere que foram observadas onze espécies de peixes nas
lagoas e 167 espécies de aves que habitam a zona, das quais 25 são
classificadas como de interesse e oito têm estatuto de protecção por
serem vulneráveis. Entre as aves contam-se a garça pequena, garça
vermelha, tartaranhão caçador e o noitibó, que é uma ave nocturna. Ana
Mendes elucida ainda que este é um local de alimentação de morcegos.
morcegos saem da caverna no entardecer |
Com
um financiamento global de um milhão de euros, o Ripidurable envolve,
até final do ano, 10 parceiros - quatro portugueses (os municípios de
Alpiarça e Montemor-o-Novo, o Instituto Superior de Agronomia e a
Universidade de Évora) e seis de outros três países europeus (Grécia,
Espanha e França). O Ripidurable, iniciado em Janeiro de 2005, integra
quatro projectos-piloto, dois dos quais em Portugal. Além da
reabilitação da parte do Paul da Gouxa, estão a ser intervencionados um
troço (1.700 metros) da ribeira Gandum, no concelho de Montemor-o-Novo,
um pedaço da bacia do rio Louros, em Amvrakikos (Grécia) e uma ribeira
em Valência (Espanha).
«Mirante-Edição de 2007-10-04»
-É da maior importância que a população de Alpiarça seja informada se este este projecto foi concluído e acompanhado!
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-É da maior importância que a população de Alpiarça seja informada se este este projecto foi concluído e acompanhado!
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