Eça
tinha razão. O Estado é um ladrão fiscal. Tratado como um inimigo,
motor da ruína económica. Com ele "o comércio definha, a indústria
enfraquece, o salário diminui." A renda diminui", escrevia na sua
campanha alegre.
Pior: vive em tentação. Forte, funda e
incompreensível. De meter a mão e de puxar os amigos. De atirar ideias e
cargos a granel, justificando-se depois com ideologias imperfeitas. O
socialismo moderado, por exemplo, sempre teve como lógica intervir na
economia para estimular o crescimento, mas nunca percebeu que tudo
acabava no umbigo humano. Já o liberalismo democrático, mais ausente,
prefere uma postura de regulação e vai intervindo a espaços. Acredita no
mercado, na iniciativa privada, mas é incapaz de compensar as
imperfeições do mercado ou de fugir aos amigos.
Em Portugal, e pegando em nomes, Sócrates estava melhor para o primeiro modelo, Passos para o segundo. Um intervinha, o outro regula. Um acrescentava, o outro prefere sai. Há seis meses, quando as Finanças quiseram migrar o Estado para uma regulação mais artilhada, este guia de marcha fazia sentido. Um governo que privatiza e que se propõe a gastar menos, deve viver apenas com papéis reforçados de controlo. É quase uma missão patriótica tirar o Estado de algumas empresas, sabendo que os recursos são escassos.
O problema é a tentação para voltar atrás e distorcer os mercados que se desejam livres e privados. Foi o que aconteceu com a TSU. É o que está a acontecer agora com a gasolina. Entre o aumenta-para-trabalhadores-desce-para-empresas, o Estado propunha-se a controlar (inédito) a forma como as últimas (incrédulas) distribuíam essa margem. Um escândalo. A proposta não avançou mas esta semana tivemos nova dose, agora com a ideia (peregrina) de criar um rácio nas bombas de gasolinas.
DV
Em Portugal, e pegando em nomes, Sócrates estava melhor para o primeiro modelo, Passos para o segundo. Um intervinha, o outro regula. Um acrescentava, o outro prefere sai. Há seis meses, quando as Finanças quiseram migrar o Estado para uma regulação mais artilhada, este guia de marcha fazia sentido. Um governo que privatiza e que se propõe a gastar menos, deve viver apenas com papéis reforçados de controlo. É quase uma missão patriótica tirar o Estado de algumas empresas, sabendo que os recursos são escassos.
O problema é a tentação para voltar atrás e distorcer os mercados que se desejam livres e privados. Foi o que aconteceu com a TSU. É o que está a acontecer agora com a gasolina. Entre o aumenta-para-trabalhadores-desce-para-empresas, o Estado propunha-se a controlar (inédito) a forma como as últimas (incrédulas) distribuíam essa margem. Um escândalo. A proposta não avançou mas esta semana tivemos nova dose, agora com a ideia (peregrina) de criar um rácio nas bombas de gasolinas.
DV
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