O secretário-geral da CGTP-IN, Arménio Carlos, garantiu
hoje que a manifestação de sábado, em Lisboa, contra as novas medidas de
austeridade anunciadas pelo Governo, será "uma das maiores iniciativas
de sempre" em Portugal.
"Todas as informações de que dispomos é de um nível de mobilização
incomparavelmente superior à grande manifestação que fizemos no
Terreiro do Paço", disse Arménio Carlos à Lusa.
O dirigente sindical garantiu que será "uma das maiores iniciativas de sempre de massas promovida pela CGTP em Portugal".
"Vamos ter uma grande manifestação, uma presença maciça de
trabalhadores e trabalhadoras, desempregados, jovens, pensionistas e
reformados. Isso é, neste momento, um dado adquirido", acrescentou.
Arménio Carlos falava em Braga, à entrada para um plenário dos
trabalhadores da Bosch Car Multimedia Portugal, onde foi deixar um
apelo à participação na manifestação de sábado, no Terreiro do Paço.
Reafirmou que "é preciso mudar o Governo e mudar a política",
acrescentando que "enquanto tivermos memorando e uma política de
direita, os problemas dos trabalhadores vão continuar".
"Este Governo está completamente descredibilizado, pura e
simplesmente anda a reboque dos acontecimentos. E, pior do que isso,
anda a reboque não para fazer melhor, mas pior", criticou.
Sobre o recuo na taxa social única, o líder da CGTP disse que o
Governo "deu um passo atrás, mas agora está-se a preparar para dar dois
passos em frente".
Referiu-se concretamente à alteração dos escalões de IRS, com a qual
"trabalhadores e população em geral ficariam ainda mais pobres e
fragilizados".
Arménio Carlos lembrou que a CGTP já apresentou, no seio da
Concertação Social, propostas alternativas para aumentar a receita
fiscal em seis mil milhões de euros, relativas a um aumento da
tributação do capital.
A primeira proposta é a criação de uma taxa sobre as transações
financeiras de 0,25 por cento "independentemente do local onde são
efetuadas", permitindo uma receita adicional de 2.038 milhões de
euros.
A segunda medida tem a ver com o IRC, em que a central sindical
propõe a criação de mais um escalão de 33,33 por cento para empresas
com volume de negócios superior a 12,5 milhões de euros, com um encaixe
previsto de 1.099 milhões de euros.
Uma terceira proposta está relacionada com uma sobretaxa sobre os
dividendos distribuídos aos acionistas de empresas de 10 por cento, com
uma receita adicional, segundo a CGTP, de 1.665 milhões de euros.
Por fim, a fixação de metas anuais para a redução da fraude e evasão
fiscal com um encaixe adicional de 1.162 milhões de euros.
"Se forem consideradas, há condições para obter receitas
suplementares na ordem dos seis mil milhões de euros. Acabavam-se os
sacrifícios, reduzia-se significativamente o défice, havia condições
para melhorar salários e pensões, havia mais equidade", rematou.
«SIC»
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