O PCP defendeu hoje, segunda-feira, uma nacionalização efectiva do BPN e
do grupo em que estava integrado e que o passivo do banco seja pago com
"os bons activos" do resto da sociedade, sustentou o dirigente
comunista Jorge Pires.
Em causa está um pedido de aumento de
capital de 500 milhões de euros feito pela administração do BPN, já
confirmado pelo Ministério das Finanças, que disse que a pretensão do
banco se encontra "em apreciação".
Numa declaração aos
jornalistas na sede nacional comunista, o membro da comissão política
Jorge Pires reiterou a posição do PCP sobre o processo envolvendo o BPN e
a Sociedade Lusa de Negócios, em que estava integrado.
"O PCP
defende uma nacionalização efectiva, e não a prazo, como aconteceu, e
que o BPN fosse nacionalizado enquadrado na nacionalização do grupo" -- a
Sociedade Lusa de Negócios (SLN), que entretanto mudou o nome para
Galilei -, defendeu o responsável comunista, acrescentando que "era no
conjunto da sociedade que estavam os melhores activos do grupo".
Os comunistas defendem a assunção, pelo Estado, de "maiores responsabilidades no sector financeiro".
O PCP criticou a nacionalização do banco "apenas a prazo, para limpar o passivo do banco e voltar a privatizar".
Para
os comunistas, o Governo tomou "decisões erradas" há dois anos, quando
se "nacionalizaram os prejuízos e deixaram nas mãos dos accionistas
aquilo que era mais rentável, cerca de nove mil milhões de euros".
"Se
tivesse sido feita uma nacionalização com esta perspectiva de o Estado
assumir uma maior responsabilidade de intervenção no sector financeiro",
o BPN poderia "intervir em áreas de negócio mais especializadas em que a
Caixa Geral de Depósitos não intervém tanto, como o apoio às
exportações e às pequenas e médias empresas", sugeriu Jorge Pires.
O PCP defende que o passivo do BPN deve ser pago pela antiga SLN.
"Aqueles
que foram responsáveis pela gestão do BPN e que usufruíram dos
dinheiros do BPN para fazerem bons negócios, que agora assumissem essa
responsabilidade de resolver os problemas financeiros do banco",
sustentou o membro da comissão política.
O BPN hoje "está numa
situação muito difícil, com um saldo negativo de capitais próprios de
dois mil milhões de euros, acumula resultados negativos ao longo dos
anos, mas tem 1800 trabalhadores", tendo ainda de empréstimos concedidos
com o aval do Estado e "se se realizar mais este aumento de capital de
500 milhões de euros, 4700 milhões de euros", afirmou Jorge Pires.
O
dirigente comunista lembrou que o banco terá de pagar os empréstimos em
2014, 2019 e 2020 e, se "não gerar os meios necessários para pagar,
quem vai pagar será o Orçamento do Estado".
"Ou seja, mais uma
vez são os portugueses no seu conjunto que vão pagar, quando os
responsáveis por esta situação continuam a gerar lucros importantes no
resto da sociedade, que não foi nacionalizada, e que continua a ter bons
activos, na área do turismo, imobiliário, automóvel, seguros, como se
não tivessem responsabilidade nenhuma", disse.
(Publicado em 2010-12-20- Jonal JN)ZÉ NADA
O PCP defende a nacionalização, não diz é onde vai buscar o dinheiro.
ResponderEliminarUma pergunta que não me sai da cabeça é porque não faliu (ou deixaram falir) o banco?
Todos os dias vão empresas à falência e um banco é uma empresa.
Risco sistémico, diziam eles...
Risco num banco que detinha menos de 6% de quota de mercado, e que mesmo esses valor era devido aos clientes "mamões" que usufruíam de taxas ao nível da Dª Branca?
Na altura a legislação tinha sido alterada e o fundo de garantia de depósitos cobria até 100 mil euros por cliente.
Aqueles que foram chamados a pagar o ROUBO (os contribuintes) estariam interessados em tirar à sua boca e dos seus filhos para pagar aos tais mamões que tinham 500 mil, 1 milhão, três milhões de euros?
Há várias teorias, e uma delas diz que tal como fechou a Independente para ocultar um determinado canudo, o BPN fechou para ocultar e reembolsar uns certos movimentos offshore que foram postos a nú pelo neo-nazi Mário Machado.
Acredito é que reembolsando os pequenos depositantes pelo valor legal, sairia infinitamente mais barato a falência do Banco.
Por causa dos trabalhadores?
Mas por um número que ultrapassa 5000 milhões de euros quantos empregos teriam sido salvos neste País com injecções de capital dessa ordem? Decerto mais de 1500 empregos...
Daqui a quantos anos é que o pagamento de subsídio de desemprego aos 1500 trabalhadores chegaria a 5000 milhões?
Mais uma vez a história está mal contada e os portugueses a serem tomados por lorpas.